Escrito por Carlos Gandra
Publicado em 14 de Junho de 2011
A primeira década do séc. XXI foi devastadora para os oceanos: 99% das espécies em perigo de extinção estão sem qualquer plano de conservação, 70 milhões de toneladas de peixe foram deitadas fora, 110 mil hectares de flora marinha – que serve de abrigo a inúmeras espécies – foram destruídos e menos de 1% de todo o Oceano, à escala global, está efectivamente protegido.
O alerta é emitido pela Oceana, uma reputada organização internacional totalmente dedicada à protecção dos oceanos, que volta a relembrar que a indústria pesqueira não está a ter em conta a sustentabilidade e a conservação dos ecossistemas, até porque segundo a FAO (Food and Agriculture Organization), 85% das espécies de peixe estão a ser totalmente exploradas, sobre-exploradas ou são já mesmo escassas.
A situação na União Europeia não é melhor, embora as politicas pesqueiras europeias estejam, este ano, a ter em conta alguns dos erros cometidos no passado.
Factos e Números na Europa
■88% das reservas de peixe europeias estão sobre-exploradas;
■13% dos animais pescados são devolvidos mortos ao mar ou deitados ao lixo;
■41% dos Tubarões e Raias do Mar Mediterrâneo estão ameaçados. No caso dos Tubarões, a população foi reduzida até 99% da que existia no séc. XX;
■2,3% das águas Europeias estão protegidas. Sobram 97,7% sem protecção.
Javier Pastor, Director Executivo da Oceana na Europa, conclui «Os oceanos estão em perigo, a ciência é clara, e as soluções existem. O que falta é a motivação política para a mudança (…) a recuperação dos nossos mares depende grandemente da força das nossas políticas e leis para que possam acabar com os subsídios que têm um efeito negativo, criar APM´s (Áreas de Protecção Marinhas) de grande dimensão, nos sítios certos e que sejam bem geridas, acabar com a prática piscatória destrutiva e seguir conselhos científicos»
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